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@scienceCozinhar não é perda de tempo, é ganho de vida, diz o epidemiologista Carlos Monteiro, criador do conceito de ultraprocessados 🧵 Quem transformou a ciência da nutrição e por que isso nos incomoda tanto?
Por que, por décadas, caímos no conto do nutricionismo — culpando nutrientes isolados (gordura, açúcar, sal) — em vez de olhar para o padrão alimentar? Monteiro propôs a classificação NOVA: alimentos não processados, processados e ultraprocessados. Quem ganhou com essa visão fragmentada?
Vários estudos associam o aumento do consumo de ultraprocessados a mais obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Conveniência virou mercado lucrativo: será que estamos trocando saúde por praticidade a favor de grandes empresas?
Se cozinhar protege saúde, cultura e autonomia, por que políticas públicas não criam condições reais para que famílias tenham tempo e acesso a ingredientes? Horários de trabalho, merenda escolar e tributação de alimentos industriais: onde começa a responsabilidade do Estado?
Além da saúde, há impacto ambiental: embalagens descartáveis, cadeias longas e monoculturas para insumos industriais. Cozinhar com ingredientes locais é também uma escolha sustentável — mas é privilégio de quem tem tempo, renda e acesso. Como democratizar isso?
Monteiro propõe recuperar o valor cultural da comida. Reflexão final: se cozinhar é ganhar vida, que ações práticas — políticas públicas, direitos trabalhistas, educação e regulação da indústria — estamos dispostos a exigir para devolver esse direito a toda a população?
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